Filósofos do movimento pragmatista americano afirmavam, no início do século XIX, que o discurso era capaz de moldar comportamentos. Para esses teóricos, alterar conscientemente o idioma poderia ser um caminho para provocar mudanças sociais. Por outro lado, o estruturalismo antropológico, corrente que se desenvolveu na Europa no início do século XX, via a linguagem como um reflexo de estruturas universais da mente humana e, portanto, completamente independente de questões comportamentais. Já os interacionistas, escola que surgiu nos anos 1950, afirmavam que a linguagem se originava a partir das relações interpessoais. Para eles, a forma que o discurso tomava dependia do contexto e qualidade dessas interações, ou seja, era o comportamento que moldava o discurso.
Não há fórmulas, mas...
que estamos testemunhando a pressão que questões sociais e comportamentais estão exercendo para que a língua portuguesa falada e escrita sofra alterações, principalmente nas questões de gênero. Muitas pessoas consideram o momento atual uma oportunidade para corrigirmos e ressignificarmos questões históricas, como o machismo e o racismo estrutural. Outras pessoas acham que modificar o idioma é desnecessário e até mesmo inadequado.
A polarização parece se dissipar quando o tema é INCLUSÃO. Isso é o que mostra a pesquisa conduzida pela Bossa.etc, que foi a campo a fim de entender o que a força de trabalho e lideranças de organizações brasileiras pensam sobre a demanda por modificações na língua. Os resultados proporcionam uma rica reflexão.