Boas relações dependem diretamente de comunicação eficaz. É por falha nesse processo que a maioria dos relacionamentos acaba – e milhares de startups fracassam.
Uma recente pesquisa do instituto Gallup revelou os hábitos que mais irritam e estressam as pessoas na hora de interagir com o outro. Em primeiro lugar está interromper quem está falando; seguido pelo uso excessivo de palavrões e vocabulário agressivo; e, em terceiro no ranking, aparece falar muito baixo ou murmurando.
A boa comunicação inclui uma série de habilidades socioemocionais e também muito autoconhecimento. Para aprimorar as relações é importante reconhecer suas próprias limitações. Você sabe identificar os obstáculos que te impedem de estabelecer uma boa conversa? Aqui vai uma lista com alguns comportamentos que acabam se tornando obstáculos na interação com os outros – e veja também a dica para melhorar cada uma das situações.
Você costuma dizer para as pessoas como acha que elas estão ou deveriam estar? Será que, inconscientemente, você acredita que o seu jeito de ver o mundo é o mais certo ou o mais adequado?
Dica: Se você tem a tendência de julgar os outros provavelmente é porque interpreta as falas de seus interlocutores por filtros mentais ancorados em estereótipos, ou em suas crenças e experiências. Tente se livrar desses preconceitos. Isso trará benefícios incríveis para você e para a qualidade da sua comunicação.
Você é daqueles que interrompe o outro por que já sabe o que ele ou ela vai dizer e completa a ideia que o outro está tentando estruturar? Tenha consciência que isso é frustrante para quem está tentando estabelecer uma conversa com você. Provavelmente, isso fará com que a pessoa desista de qualquer interação, levando inclusive ao rompimento dos relacionamentos, se esse comportamento for constante.
Dica: Se você for um “antecipador” inveterado, uma tática para evitar este comportamento é imaginar que você é um jornalista conduzindo uma entrevista e seu objetivo é extrair a maior quantidade de informações possível do seu interlocutor.
Quando você compartilha o seu ponto de vista ou oferece conselhos, é comum ter uma sensação muito positiva logo em seguida, afinal, você ajudou alguém a solucionar problemas. Mas pare e pense como você se sente quando outras pessoas exageram na quantidade ou frequência dos conselhos, principalmente se você não os requisitou.
Dica: Em vez se comportar como aquele tio chato, que acha que já viveu bastante e pode ensinar tudo sobre a vida, tente se colocar no lugar da pessoa com quem você está conversando. É claro que você pode dar conselhos, se puder contribuir efetivamente ou se for requisitado. Mas tente não fazer o papel do sábio. É preferível conduzir a conversa de forma que a própria pessoa encontre a solução para as suas questões.
Parecido com o tio aconselhador, mas (acredite!) ainda pior. Será que o seu estilo de conversação inclui uma bela coleção de frases feitas, do tipo: “Quando eu tinha a sua idade, eu nunca...”, “Se eu fosse você...”, ou “Um dia, você vai saber!”.
Dica: Se você se expressa dessa forma com frequência, reflita sobre o que deseja alcançar com as mensagens. Os clichês irritam e, por não serem genuínos, perdem o sentido.
Talvez você tenha a tendência de falar demais. Por um lado, isso pode ser um sinal de extroversão e inteligência. Por outro, a necessidade constante de falar e se expressar pode ser opressora. Falar muito dificulta receber informações de qualidade do outro e também atrapalha que os feedbacks cheguem até você.
Dica: Falar excessivamente pode desencorajar seu interlocutor, principalmente no começo do relacionamento. Se você for um falador, provavelmente já se perguntou o motivo do cancelamento de alguma transação comercial, ou porque alguém está te evitando. Ouça mais e fale menos.
O contrário do falador é o submisso. Você está sempre achando que a sua opinião não tem relevância? Se pega constantemente em situações nas quais não te deixam falar? Pense na razão por trás disso. Talvez você não tenha uma boa opinião sobre si mesmo ou tenha medo da reação dos outros quando sente que precisa interromper uma conversa ou acrescentar algo. Não deixe isso acontecer. Você tem o direito de se expressar - sempre.
Dica: Quando se deparar com um interlocutor falador, a chave é interromper a pessoa de forma delicada e dizer algo como: “Então, o que você está me dizendo é...” – e escolher dentro do que a pessoa falou um tópico que te interessa para finalizar sua frase. Por exemplo: “Então, o que você está me dizendo é que os resultados das eleições indiretas nos EUA nem sempre refletem o voto popular”. Essa dica também funciona em conversas com pessoas que pulam de um assunto ao outro em pouco tempo. Dessa forma, o interlocutor não se sentirá ofendido e retomará o foco no que realmente interessa.
Não há nada de errado em confortar alguém, quando há boa e genuína intenção. Quando confortamos alguém, geralmente queremos demonstrar que uma situação não é tão ruim quanto parece e que tudo vai melhorar. Porém, clichês como
“Não se preocupe, amanhã é um novo dia”, “Tem gente em situação pior que a sua” ou “Mantenha a cabeça erguida!” podem causar um efeito oposto, dando a impressão de que a pessoa está criando problemas onde não existe ou exagerando.
Dica: Tente substituir as frases prontas pelo seguinte método:
Primeiro, identifique o que a pessoa está sentindo e demonstre. Exemplo: “Nossa, como é difícil ter que passar por isso!” É uma reação assim que o outro está esperando;
Em seguida, faça com que a pessoa saiba que pode contar com você. Um bom exemplo seria: “Eu só quero que você saiba que estou aqui” ou “Conte comigo se isso voltar a acontecer”.
Você se distrai constantemente enquanto ouve outra pessoa? Talvez você tenha dificuldade em manter o foco por períodos mais longos. Com isso, será que você passa a impressão de estar impaciente? Dica: É importante que você desenvolva a capacidade de focar. Você vai se surpreender com a quantidade de informações relevantes que pode receber ao prestar atenção no que as pessoas estão falando. Os seres humanos tendem a gostar do outro quando sentem que sua atenção está no momento presente. Agindo assim, você passa a impressão de ser uma pessoa mais confiável e compreensiva, o que ajuda a construir relações profundas.
Esses hábitos verbais são barreiras para a nossa comunicação do dia a dia. Se você conseguir evitá-los, vai perceber uma melhora em sua vida social e na carreira também. Que tal dar mais uma olhada na lista acima e perguntar se você reconhece ali alguns de seus padrões de fala? Uma vez identificados, esforce-se para eliminá-los definitivamente.